segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O tempo favor do seu cérebro


Revista: Mente e Cérebro

Osório Antiga: Hotel Amaral

O HOTEL AMARAL - A VISÃO ANTIGA E ATUAL DO PRÉDIO DO HOTEL AMARAL, EM OSÓRIO
Um dos mais antigos prédios de Osório, ainda de pé, o Hotel Amaral foi construído no início do século 20 por Boaventura Silveira do Amaral.
No mesmo local, durante
 a metade final do século 19, ali estava localizada a intendência (prefeitura) da então Conceição do Arroio. O edifício foi incendiado - e provavelmente destruído parcialmente - pelo próprio intendente Estevão de Oliveira Brandão, durante a tomada da vila por tropas federalistas capitaneadas, entre outros, pelo folclórico Baiano Candinho, em abril de 1895. O que sobrou do casarão foi adquirido pela família Silveira do Amaral. Reconstruído, foi transformado no Hotel Amaral, em 1927.
A tomada de Conceição do Arroio (Osório) e o incêndio da intendência até hoje repercutem na cidade: no local eram guardados muitos documentos com a história do Litoral Norte, além das armas que Brandão tentou evitar que caíssem em mãos federalistas.
O prédio do hotel, que recebeu hóspedes ilustres como Borges de Medeiros e Getúlio Vargas, hoje é um ponto comercial.

Foto 1: "O Hotel Amaral no final da década de 1920"; Arquivo Público Antônio Stenzel Filho, reprodução.
Foto 2: "Visão atual do prédio, na Rua Marechal Floriano"; Tiago Lopes Trespach, arquivo pessoal.

(colaborou Rodrigo Trespach)

(Publicado no blog em 12/07/2012 por Luís Bissigo)

Mapa do Tempo

Mapa do Tempo - Eduardo Galeano

Do livro Bocas do Tempo

Faz uns quatro bilhões e quinhentos milhões de anos, anos mais, anos menos, uma estrela anã cuspiu um planeta, que atualmente responde ao nome de Terra.
Faz uns quatro bilhões e duzentos milhões de anos, a primeira célula bebeu o caldo do mar, e gostou e se duplicou para ter alguém a quem oferecere.
Faz uns quatro milhões e um tanto de anos a mulher e o homem, quase macacos ainda, ergueram-sesobre suas patas e se abraçaram, e pela primeira vez sentira a alegria e o pânico de se verem, cara a cara, enquanto faziam aquilo.
Faz uns quatrocentos e cinquenta mil anos, a mulher e o homem esfregaram duas pedras e acenderam o primeiro fogo, que ajudou a lutar contra o medo e contra o frio.
Faz uns trezentos mil anos, a mulher e o homem se disseram as primeiras palavras, e acharam que poderiam se entender.
E assim estamos até hoje: querendo ser dois, mortos de medo, mortos de frio, buscando palavras.